26 setembro 2013

Aventura Informática

Já havia algum tempo que queria ter algum contato com aquilo que achava quase impossível para mim, devido ao meu campo de visão ser limitado, mas neste momento a minha visão esta francamente melhor, por este fato, resolvi pôr-me à prova mais uma vez, apesar de ter algumas ajudas técnicas e da Joaninha, para abraçar de peito aberto esta aventura informática.

Tem sido complicado lidar com o computador, retomar a esta atividade na minha nova realidade, tenho muito dificuldades, sobretudo por causa da visão, mas como tenho melhorado lentamente, tenho vencido muitas batalhas às quais me propus, afinal de contas, esta é só mais uma que tenho de vencer e não vale a pena fazer dramas, porque vou conseguir participar no mundo informático, era um desperdício se não ligasse às novas tecnologias.

Tenho conseguido escrever muitos textos, aos quais têm tido acesso, contudo tive muitas zangas com o computador, cheguei a estar meses sem sequer tocar-lhe, foi muito difícil para mim, mas ainda bem que não desisti, agora tornou-se menos complicado, apesar das minhas dificuldades todas.



Há cerca de um ano criei o blog, mas não tive o feedback que esperava.
Então com a ajuda da Joaninha, resolvi criar um facebook e uma página no mesmo para estar em contato com alguns amigos e também dar a conhecer parte da minha experiência forçada, que alterou o rumo do meu caminho, desta maneira também dar alguma força a quem está em situações semelhantes à minha, e dar alguma esperança para as suas vidas.


Esta aventura tem permitido reencontrar amigos, como já referi, ter notícias dos mesmos, alguns que não tinha notícias desde infância, e que deixaram de fazer parte do meu quotidiano, mas ficaram as boas memórias, bons momentos, paródias, muitas partilhas e como é bom saber como se encontram atualmente, fico feliz por este feedback. Tenho também a agradecer muito a todas as pessoas que têm seguido atentamente os meus desabafos e que me têm deixado mensagens de força e apoio, estas são muito importantes para mim.

22 setembro 2013

Desabafo 2

Pois é, mais uma vez voltei a ser um mero número para a segurança social, uma moeda de troca, pelo menos é assim que sinto, pois recusaram outra vez a credencial para as sessões de fisioterapia. Agora disseram que precisam de um relatório médico atualizado do meu neurologista, quando têm em sua posse relatórios dos fisiatras que me acompanham nestas sessões, assim como o relatório do médico de família, acho isto uma falta de um profundo respeito pelos colegas de profissão. Isto significa que vou ficar sem realizar as minhas sessões de fisioterapia, através da segurança social, que são essenciais ao meu trabalho contínuo de reabilitação, até que esta situação seja resolvida.

Eu sou seguida na consulta externa de neurologia no hospital de Santa Maria, mas só tenho consulta em Junho de 2014, será que vou ficar privada da fisioterapia até depois desta data? Será que o trabalho que estou a realizar de momento, vai ter que parar novamente até que esta burocracia seja ultrapassada?

Acho extremamente injusto para mim depois de ter trabalhado tanto, estar como estou e com uma evolução quase milagrosa comparando ao quadro clínico inicial, cortarem-me desta forma as pernas para andar, estou bastante triste e desiludida com o sistema social de saúde.

Eu sei que o estado tem investido em mim, mas isso faz parte das suas funções, dado os descontos que fiz, os descontos de longos anos de vida dos meus pais, tal como outros milhões de portugueses. Sinto-me como uma carta rasgada fora do baralho que já não pode ir a jogo porque está marcada.

10 setembro 2013

No mar...

Este ano movimentar-me na água do mar está bastante mais fácil para mim, já consigo andar durante mais tempo sem desequilibro com o balanço das ondas, consigo reagir aos desequilíbrios provocados pelo balanço do mar, mas ainda tenho uma pessoa por perto, para o caso de me atrapalhar com uma onda mais atrevida.
Consigo firmar melhor os pés na areia, sinto bastante diferença em relação ao ano passado, deve-se a melhor estabilidade no tronco e claro um melhor movimento da cintura pélvica, pernas e pés, o que me dá mais estabilidade para permanecer na água mais livremente.
Dentro da água do mar fico livre para realizar os movimentos que me apetecer, porque não se sente tanto a força gravítica, o que facilita os meus movimentos.

Em comparação ao ano anterior, consigo nadar de costas sem rodar a anca e nadar de bruços durante um curto tempo, se for mais prolongado fico aflita e engulo uns pirulitos, mas quem sabe, talvez consiga fazê-lo para o próximo ano.

De um modo geral, estou mais à vontade no mar e com mais confiança nos movimento que faço quando abraço o mar.

05 setembro 2013

Na areia...

As férias têm sido bastante agradáveis com as temperaturas muito boas, de tal modo que tenho tomado uns bons banhos no mar e a água pela sua temperatura convida banhos bastante prolongados. No ano passado a água estava gelada, mal conseguia aguentar a sua temperatura e por isso os banhos eram entrar na água, andar um bocadinho, dar umas braçadas e sair imediatamente, na maior parte das vezes que estive na minha querida praia, a Meia Praia em Lagos.

Sinto muitas diferenças no meu comportamento em relação ao ano passado, quer dentro de água, quer fora de água. É claro que é fruto de um ano de fisioterapia, hipoterapia e muita dedicação minha e de quem me acompanha diariamente e a quem agradeço, porque não e fácil para mim e para os meus pais aguentar o ritmo que é exigido no dia-a-dia.

As caminhadas pela areia estão mais rápidas e com melhor qualidade de movimento ou seja mais coordenação, mais harmonia. Ainda preciso de ajuda para caminhar na areia, mas tornou-se mais fácil e com menos apoio de quem está comigo. Também notei que já vou à procura do meu próprio equilíbrio e quanto mais me seguraram, mais perco a noção do meu corpo e por isso quanto mais ajuda a andar pior. Mas não é fácil porque quem está comigo também tem os ajustes na sua marcha e acaba sempre por interferir na minha marcha e isto só vai deixar de acontecer quando eu conseguir andar sozinha na areia seca. No entanto tenho a noção que não lido bem quando a marcha não corre como eu gostaria e quem leva com o meu mau feitio é quem está comigo, tenho de aprender a estar calada e saber ouvir, tenho de me calar mesmo para não haver guerra com o pai, porque ele não deixa de dar bitaites, tem de ser um esforço de ambas as partes.
Na areia húmida já é muito mais fácil caminhar sozinha, sobretudo quando está a maré vazia porque existe um grande areal e torna-se mais fácil.

Também na toalha da praia estou com os movimentos mais harmoniosos, agora basta uma toalha para movimentar e apanhar banhos de sol, de que gosto tanto, mas sempre protegida do sol. Estes movimentos na toalha parecem inatos e fáceis para quem não tem limitações, mas para mim resultam de anos de trabalho de fisioterapia para chegar ao resultado, mas ainda tenho um longo caminho a percorrer e eu tenho muita esperança.