Aceitar a vida como ela é,
tornam mais claras e tranquilas as situações da vida e clarifica tudo em redor,
quando digo aceitar, não quero dizer ficar inerte, sem reação, à espera, pelo
contrário, tem de haver uma reação, um impulso. As nossas escolhas podem condicionar
a nossa vidinha, que tem umas costas enormes e largas para os nossos atos, ao
aceitarmos a vida como ela é, isso pode aliviar as nossas escolhas.
Na minha opinião, as
escolhas que se fazem, os caminhos que trilhamos, são da nossa responsabilidade
e mais uma vez é a nossa escolha, mesmo que por vezes, seja necessário escolher
o caminho mais longo e mais difícil, mas mesmo assim é a nossa escolha, e muitas
das vezes somos empurrados pela teimosia, orgulho e altivez, por vezes, temos
de nos colocar no lugar do outro e avaliar a questão, mas nunca julgar, mas nunca
mesmo.
Quando
escrevo acerca do ato de aceitar, também tenho a perfeita noção de que não é o
mesmo que resignar aos fatos com um olhar cego, porque até o cego pode sentir, alcançar
e observar de modo mais perspicaz e mais fino, porque basta sentir e estar
atento aos alertas vindos do espaço que o rodeia, e com muita intuição mesmo quase,
quase como se os seus olhos vissem realmente, tudo em seu redor fica mais
claro, sentindo os aromas mais apurados, os sons mais finos, o seu corpo reage
como reflexo dos movimentos, em suma se aceitarmos a vida como uma segunda ou
terceira oportunidade, ou as vezes que forem necessárias, ela acaba por passar
uma enorme rasteira de sorriso aberto e sincero, tudo fluí naturalmente, com retorno
em mais amor e alegria, como se fosse dada uma nova oportunidade de receber
frutas maduras e deliciosas de uma nova árvore que plantámos, que vimos crescer
diariamente, podando ramo a ramo com muito amor.
Mais
uma vez, o tempo é sábio e poderoso, dono das nossas escolhas em cada compasso,
em cada ponteiro que não pára, em cada momento afirmo isto, porque as folhas
das árvores não param de brotar e morrer, os rios não param e desmaiam sempre
no mar, o mar não pára de beijar a areia, dando o seu colo a todas as encostas,
sejam elas quais forem, rochedos, areia ou mata.
Por estes motivos e podia
acrescentar muitos mais inerentes à natureza, esta nunca se resigna, pelo
contrário, tenta renascer sempre, todos os dias, fazendo mais outra tentativa
todos dias, mesmo que não a vejamos ativa, assim como o arco íris aparece
quando chove e está sol, como o sol e a lua que nascem todos os dias, mesmo que
estejam tapados pelas nuvens, mesmo que seja lua nova, estes são eternos
companheiros e estarão sempre presentes, mesmo tão diferentes, são complementares.
Patrícia Arsénio
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