20 março 2015

Estou...

Cada dia que passa, tenho mais consciência do que deixei de fazer e daquilo que deixei de viver, ao longo destes anos todos, mas ainda tenho mais consciência daquilo que ganhei com esta luta, que nunca irá ter um final certo. Irei lutar para ter alguma qualidade de vida ser independente e autossuficiente, tendo desta forma a minha vida de volta outra vez.

Sei muito bem que cada indivíduo tem as suas batalhas e cada um as enfrenta da melhor forma que sabe, mas existe sempre alguns que levam porrada da vida e desistem, mas eu não, vou sempre lutar por um lugar ao sol, uma oportunidade para alcançar aquilo em que acredito que julgo ser melhor para mim mesmo que não dê certo, mas é um risco que tenho de correr porque faz parte da minha aprendizagem e modo de estar na vida, faz parte da minha essência de guerreira.

Talvez esta aprendizagem da vida e do modo que estou a vivê-la, não fazia sentido se não tivesse acontecido este trambolhão, nem sequer tinha a consciência perante a sociedade como é difícil sermos fora dos padrões exigidos, porque as oportunidades não são nada iguais, em termos socioculturais, monetários e em valores dos semelhantes, cada indivíduo é sempre desigual do outro, cada cabeça a sua sentença e esta ideia assusta-me, ou talvez seja burra por pensar em cor-de-rosa mesmo com a idade que tenho, não sou amarga com a vida porque se o for, ela também encarrega-se de o ser para mim, e isto não está no modo de viver a vida que tracei, mas também tenho as minhas setas e uma espada para a minha defesa e usa-las quando for necessário, que tanto têm-me ajudado e por este auxílio estarei eternamente grata e Oxalá meu Deus assim me permita continuar o meu caminho cheio de pedragulhos, pedras e pedrinhas para alcançar, quem sabe o alto de uma serra mesmo com uma forte ventania soprando no meu peito a empurrar-me em sentido contrário, mas eu acredito mesmo que vou subir mesmo porque se eu não acreditar mesmo, sou derrubada, se não for eu a acreditar mais ninguém acredita, sendo este um facto taxativo de extrema importância.

Patrícia Arsénio


13 março 2015

Coisas!

Coisas transformam-se em mim como a chuva no mar, como um grão de areia no deserto, criando em mim a homogeneidade e harmonia, ou não, e naquilo que fui construindo ao longo desta dura luta para ter a minha vida de volta outra vez, e deste modo alcançar e determinar novos atalhos, novos caminhos e novas etapas para a vida, mas contudo sei que existem alguns riscos inerentes como tudo o que acontece todos os dias na nossa vidinha.

Pois é, continuo a vencer as minhas batalhas diárias, ao sabor de uma rajada de vento, umas das vezes mais amiúde e outras das vezes não tão depressa como eu desejava, para ontem. Mas o tempo continua a ser um bom conselheiro porque este tem o seu tempo e este é soberano e sábio, achando mesmo que ele é o dono dos nossos caminhos e das nossas encruzilhadas, ao longo desta passagem curta pela vida, neste universo que nos é dado a conhecer.

Tento ser determinada como o mar quando embate num grande rochedo tentando a sua sorte ao seu gosto, vontade de vencer os rochedos, moldando, contornando e arranjando novos caminhos para a mãe das águas passar, e tentar derramar a sua água sobre a minha cabeça para me acalmar e olhar para aquilo que conquistei com o meu esforço como uma mãe orgulhosa dos seus filhos criados com muita luta, amor, agradecimento e muita fé. 

Patrícia Arsénio