Como já referi neste meu
desabafo, a evolução da minha reabilitação tem sido lenta, mas tem sido sempre de
um modo crescente e com um balanço até bastante positivo, tendo em conta a gravidade
e extensão da lesão provocada pela paragem cardiorrespiratória que sofri há uns
anos. A partir daquele momento tornei-me outra mulher com metas completamente diferentes.
Resolvi não ficar agarrada
ao passado a lamentar o sucedido e enfrentar o touro pelos cornos, fazer uma
pega à portuguesa, mesmo correndo o risco de danos colaterais, tanto para mim, como
para a família mais próxima que tem lidado comigo ao longo deste anos todos. Não
o podia fazer de outra maneira, porque estou a lutar pelo lugar que deixei vago
na sociedade, mesmo que haja sempre o medo e o preconceito das pessoas em lidar
com aquilo que desconhecem, que é o que tem acontecido e continua a acontecer
desde esta nova vida, as pessoas afastam-se e ignoram, mas compreendo porque é
um modo de proteção àquilo que desconhecem. Mas tento não dar muita importância
porque já sofri o bastante com este fato quase taxativo e implacável.
Por mim, pela minha família
mais próxima e por alguns amigos e pessoas que lido diariamente, continuo esta
luta tão difícil e desigual sempre com os meus amiguinhos lá do céu a guiarem-me
todos os dias e por isso agradeço, mantendo sempre a esperança, acreditando num
amanhã muito melhor para mim, e para quem está perto de mim.
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