Estou
a caminhar na estrada, ou talvez esta me conduza, ou então talvez seja
conduzida pelo senhor Tempo. Sempre atento com um olhar de falcão focado nas
investidas que faço na minha reabilitação física e estou, deste modo,
agradecida. Para mim, a meta da independência é para ontem, meus amigos. Acho que
é muito natural que pense deste modo, pois de certo modo existe um mundo que
não experienciei quando me foquei somente em recuperar. Não o podia ter feito
de outra forma, pois a vida ofertou-me com esta paragem e mudança de planos
para talvez me obrigar e pensar o que é realmente importante e quais os valores
mesmo importantes nesta nossa vidinha.
Não
que os meus valores estivessem errados pois acho que sempre fui do bem, a
educação que recebi de meus pais foi respeitar sempre o próximo e a mim
própria. O amor está sempre presente no meu caminho e na estrada em que caminho,
sempre com um sorriso no rosto. Tento dar o melhor que existe em mim e também
dou aos que fazem parte deste percurso, estando presentes ou não na minha vida.
Não
me estou a queixar e nem pretendo fazer o papel da vítima ou da coitadinha,
porque esse papel não faz parte da minha essência de todo, pelo contrário,
tento abrir caminho e ir a jogo, em cada dia que a lua nasce, dando o seu lugar
ao astro rei, o sol.
Existem
dias que quebro, não quero esta vida para mim, não me apetece nada mais um dia
de luta, fico impaciente, tendo vontade de mandar tudo à fava, mas depois e
logo quase no instante seguinte esse pensamento desvanece dando origem a uma
força indomável que cresce dentro de mim, a força de um guerreiro que tem
vencido tantas batalhas, que com a sua persistência, no tempo certo, irá vencer
assim como São Jorge lutou e venceu o dragão e a guerra.
Por
isto tudo agradeço e louvo aos céus a força que Deus me deu, acreditando estar
abençoada por esta força divina.
Mais
um desabafo de Patrícia Arsénio.