Os cavalos foram muito importantes na minha reabilitação e tudo indica que vão permanecer após uma paragem de cerca de 4 anos. Frequentei a hipoterapia durante cerca de 5 anos, num picadeiro na moita do Ribatejo, onde tive muitos progressos.
A terapia com os cavalos é muito completa, quer em termos neuromusculares quer em termos de interatividade com este animal maravilhoso. Os movimentos feitos pelo cavalo provocam efeitos benéficos na evolução ou desenvolvimento de capacidades motoras, por exemplo. Esta terapia proporcionou-me momentos de intensa alegria e conquista, postura física, concentração e estabilidade central.
Nas primeiras aulas tinha que andar a cavalo suportada por uma terapeuta que se encontrava atrás de mim a estabilizar-me o tronco, e duas outras pessoas a segurarem-me nas pernas para eu poder conseguir fazer o volteio.
Eu montava o cavalo sem sela e em cima de uma manta que tinha duas pegas para me segurar. Ao longo do tempo fui ganhando confiança com as éguas que montava e como consequência, ganhava mais confiança nos meus movimentos. Comecei por fazer volteio com a psicóloga a andar ao lado da égua para o caso de um desequilíbrio. Frequentei muitas aulas, tive várias fases de evolução e todas elas diferentes, até que atingi um patamar bastante satisfatório ou que nem me passava pela cabeça que alguma vez o iria atingir.
A minha postura e equilíbrio alteraram-se significativamente, assim como os pés e as pernas, foi uma boa fase da qual guardo muitas recordações boas e muitos ganhos, para mim e para quem trabalhou comigo, certamente.
As aulas de volteio foram evoluindo, cada vez mais fui ficando mais autónoma. Já conseguia largar as mãos alternadamente até largar completamente, pô-las em cima dos quadricípites de forma a estabilizar o tronco e de seguida levantar os braços fazendo um avião. Conseguia pôr-me em pé em cima dos estribos, agarrada às argolas que estavam no dorso do cavalo. Punha-me deitada de barriga para cima para sentir os movimentos do cavalo. Claro que quando fazia estes exercícios estava sempre alguém ao meu lado.
Por vezes, íamos todos andar de charrete nas redondezas da quinta. Fazia também passeios fora da quinta a cavalo, com o instrutor a segurar a boca do mesmo, de modo a controlá-lo. Tudo era novo para mim, sentia-me bombardeada de estímulos diferentes e constantes, dos quais disfrutei agradavelmente, quer a nível motor, quer a nível psicológico e nessa fase evoluí bastante.
Só terminei estas aulas de hipoterapia, porque mudei de casa e tornava-se muito dispendioso e também porque surgiram outras oportunidades que na altura achei que eram mais favoráveis. Contudo o meu pensamento sempre foi retornar à hipoterapia mais tarde. Atualmente encontro-me novamente a realizar esta terapia, no picadeiro em Almada.
Brevemente terei mais noticias :)